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Foto do escritorAquários Sobrinho

Guia de montagem de um aquário de água doce - Parte 4: A fauna do aquário

Agora que já tivemos uma visão geral de como começar a montar o seu aquário, de que vão existir custos diversos na montagem e no longo prazo e que existem vários conceitos importantes no aquário, vamos agora começar a falar da escolha mais importante da maioria dos aquários de água doce: a fauna do aquário. É agora que vamos tomar a importante decisão de quais peixes vamos manter e quais peixes não vamos manter.


Escolher corretamente e antecipadamente a fauna do aquário vai evitar ou reduzir uma série de problemas futuros como brigas, peixes comidos e mortes por estresse ou alimentação inadequada. Também vai ser um ponto de partida para a definição do tamanho necessário do aquário.


Tamanho do aquário x fauna do aquário


Ao começar a escrever esse guia tivemos um problema em escolher a ordem de alguns capítulos. O capítulo sobre o tamanho do aquário viria antes da fauna ou viria depois?

Tanto a fauna influencia na escolha do tamanho do aquário como o tamanho do aquário influencia na escolha da fauna. É uma via de mão dupla e simultânea não tendo como separar. Assim sendo, resolvemos falar da fauna primeiro porque é algo mais complicado e o próximo capítulo será sobre a estrutura do aquário.


Peixes selvagens x peixes de criadouros


Antes de começar a falar dos pontos que vão ajudar a escolher a fauna corretamente, é importante uma separação sobre a origem dos peixes. Existem peixes que são selvagens (capturados de diversas formas na natureza) e peixes que são criados há muitas gerações em cativeiro.


Essa diferença entre peixes selvagens e peixes de criadouros influencia grandemente em questões de qualidade da água e alimentação.


O exemplo mais visível que podemos dar são os acarás discos. Os acarás discos selvagens diferem muito em questão de qualidade de água necessária e alimentação em comparação dos acarás discos criadas em cativeiro.



Os discos selvagens vivem comumente em regiões com grande correnteza e mínima quantidade de nutrientes na água.







Os discos de criadouros já vivem em um sistema fechado com qualidade de água e espaço muito diferentes dos discos selvagens.




Outros exemplos de peixes de aquários disponíveis de origem selvagem ou criados em cativeiro estão os acarás bandeiras, os bettas, as poecilias, a maioria das espécies de tetras, os óscars, os tucunarés, alguns cascudos e por aí vai.


Os peixes selvagens costumam ser maiores que os criados em cativeiro já que na natureza apenas os maiores e fisicamente mais fortes sobrevivem e se reproduzem por muito tempo. Também costumam ter cores diferenciadas e atrativas, o que faz terem um mercado bastante específico.


Por outro lado, são peixes mais sensíveis e com hábitos alimentares complicados. Muitos deles não aceitam ração com facilidade e o aquarista terá que proporcionar alimentação natural adequada.


A maioria dos peixes selvagens são indicados para aquaristas experientes e/ou com muito tempo disponível para dedicar a eles.


Agora vamos às orientações sobre a escolha da fauna de um aquário de água doce.


Primeiro ponto: Escolher os peixes que lhe agradam


A primeira coisa que o aquarista deve fazer é descobrir os peixes que lhe agradam. Pesquise, pergunte, assista. Existem dezenas de espécies de peixes disponíveis para aquarismo que podem te agradar.


Hoje, com a internet, não é preciso nem sair de casa para ver a grande variedade de peixes disponíveis. Olhe vídeos de peixes que lhe interessam depois procure em lojas e feiras ou mesmo com amigos aquaristas e veja o quanto eles lhe agradam. Pergunte sobre hábitos e e detalhes da criação.


Uma das causas do desperdício de dinheiro no aquarismo é o aquarista montar um aquário e logo depois descobrir uma fauna que lhe agrada mais. Quanto mais cedo o aquarista descobrir o que lhe agrada, menos problemas com isso ele terá.


Explorar as possibilidades é uma parte bastante interessante desse nosso hobby.


Segundo passo: fazer uma lista


Pode parecer simples e óbvio, mas fazer uma lista, colocar no papel ou num arquivo digital os peixes que se deseja ter facilita muito na hora da escolha.


Fazer uma lista dos peixes de aquário fica muito melhor quando você coloca junto a faixa de pH, dureza, temperatura, agressividade e hábitos alimentares junto. Esses dados vão dar a ideia da compatibilidade geral.


Agora basta o aquarista escolher os peixes que lhe agradam para continuar a montagem do seu aquário de água doce.


Abaixo segue uma lista de sites para dar uma conferida nas informações dos peixes:



Existe uma grande quantidade de artigos científicos sobre manejo e manutenção de peixes e alguns são peixes de aquário, então existem muitos bons trabalhos que podem ser encontrados no Google Acadêmico.


Terceiro passo: Analisar os hábitos dos peixes


  • Alguns peixes são agressivos com peixes da mesma espécie ou são territorialistas e agridem todos os peixes.

  • Alguns peixes de aquário são estritamente de cardume e estressam quando estão em número pequeno.

  • Alguns peixes precisam de determinado substrato, abrigo ou presença de plantas e isso vai precisar ser oferecido.

  • Alguns peixes são pacíficos quando juvenis e agressivos quando adultos.

  • Alguns peixes ficam agressivos em época de reprodução.

  • Alguns peixes precisam de tampa ou tela no aquário.

As peculiaridades de cada espécie de peixe precisam ser analisadas adequadamente.

Aquários de um biótopo específico


Alguns aquários são temáticos de algum biótopo específico. É bastante comum encontrar aquaristas montando aquários do biótopo do Rio Negro, do Lago Malawi ou do lago Tanganyika, por exemplo. Montar um aquário de um biótopo específico tem uma série de vantagens.

Fonte: https://www.researchgate.net/publication/6142922_Nuclear_and_mitochondrial_data_reveal_different_evolutionary_processes_in_the_Lake_Tanganyika_cichlid_genus_Tropheus

Um biótopo é uma região onde as condições ambientais (luminosidade, temperatura, características de água, etc) e de fauna e flora são estáveis. Assim, todos os seres vivos naturais de um biótopo estão adaptados a viverem naquelas condições.


Um mesmo ambiente pode apresentar diferentes biótopos com características um pouco ou bastante diferentes.

Montando um aquário de um biótopo específico é quase certeza de que todos aqueles peixes vão se dar bem em relação aos parâmetros do aquário. Eles já estão no mesmo meio e serão necessários se atentar a poucos detalhes apenas como abrigo e intensidade da correnteza em alguns pontos.


Não podemos esquecer que num mesmo biótopo existem predadores e peixes agressivos também. Um aquário de um biótopo específico ainda precisa de uma escolha adequada da fauna, mas a incidência de incompatibilidades é muito menor.


Quarto passo: Definir a qualidade da água


Agora que os peixes foram escolhidos é preciso definir os parâmetros que o aquário vai precisar manter de forma estável para garantir a melhor condição de vida para os seus peixes.


Os principais parâmetros de um aquário de água doce que o aquarista vai precisar definir são:

  • pH

  • Temperatura

  • Dureza geral

  • Dureza de carbonato

Todos os peixes escolhidos devem ter como característica a capacidade de viver idealmente numa água com todos esses parâmetros.


Alguns peixes especiais precisam de controle de alguns outros parâmetros adicionais como salinidade ou presença de taninos, mas a grande maioria depende apenas desses 4 parâmetros.


Muitas vezes o terceiro e o quarto passos se misturaram de várias maneiras. Hora o aquarista voltando em um, hora mexendo em outro.


Na dúvida sobre incompatibilidade de peixes e parâmetros de água tenha noção que haverá um risco alto de dar problemas. Um peixe que adoeceu por estar em condições ambientais estressantes pode acabar adoecendo peixes que estariam saudáveis sem ele. O aquarista tem que estar muito ciente disso.


Falamos um pouco sobre o risco no aquarismo no texto abaixo:


Quinto passo: pensar na alimentação


Muitos peixes aceitam uma grande variedade de rações com grande facilidade, mas alguns peixes não aceitam. Além da questão de aceitação, também há a questão de incompatibilidade de alimentação.


Embora seja raro essa mistura, manter peixes estritamente carnívoro e estritamente herbívoros juntos podem causar alguns problemas devido a alimentação inadequada. Lembrando que a maioria dos peixes são onívoros e aceitam uma variedade ampla de alimentação.


Nessa mistura de carnívoros e herbívoros temos algumas espécies de cascudos exclusivamente xilófago (que se alimenta de madeira) como o panaque que costuma ter problemas digestivos quando se alimenta de rações de carnívoros.


Não é o caso da maioria dos aquários, mas o pirarucu também tem sérios problemas digestivos quando se alimenta de ração.


Leia o texto abaixo e entenda um pouco mais sobre a alimentação nos aquários:


Seguindo esses 5 passos é possível escolher uma fauna completamente compatível e que terá o mínimo de problemas de convívio e em relação à qualidade da água.


O valor da experiência no aquarismo


Quem leu esse capítulo até aqui já deve ter percebido o quanto é trabalhoso escolher uma fauna para o seu aquário. São muitas opções e muitos detalhes envolvidos. Quem é um aquarista de primeira viagem provavelmente desanimou um pouco, mas não se preocupe que existe uma forma de facilitar todo esse processo.


Com quase toda certeza, quando se pretende montar um aquário de água doce de qualquer tipo, alguém já fez antes. Existe aquaristas experientes em muitas montagens por aí que podem ajudar com um concentrado de informações muito grande.


Procure um aquarista que tenha tido sucesso no tipo de aquário que você pretende montar e pergunte o que precisa saber sobre o aquário. Além das informações de manutenções, ele lhe dará dicas valiosas do manejo, de marcas de rações, de fornecedores de confiança,etc.


Dê valor e atenção a quem tem experiência no aquarismo porque esses aquaristas podem te poupar muita dor de cabeça e dinheiro.


Exemplos de faunas para aquários de água doce


Como havíamos dito, vamos dar alguns exemplos de faunas para servirem como base de todo esse guia de como montar um aquário de água doce. Vai ficar muito mais fácil, principalmente para o aquarista de primeira viagem, entender com alguns exemplos.


Exemplo 1: Aquário de kinguios


O aquarista foi no petshop da sua cidade e encantou com as cores e formatos dos kinguios. Achou muito engraçado como alguns são redondinhos e outros compridos, outros laranjas, outros pretos, outros brancos e resolveu montar um aquário desses peixes.


Como o aquarista nunca teve um aquário ele nos ligou para que a gente desse uma orientação sobre como escolher a fauna desse aquário e dissemos o seguinte:


Kinguios são peixes de água levemente alcalina, com pH por volta de 7,5, vivendo bem variações de pH de 7,0 até quase 8. São peixes de água que vivem em ampla faixa de dureza, desde a mole até a dura (de 1 a 10 dGH), e tolerando uma boa salinidade. São peixes de água fria ficando mais à vontade com a temperatura acima de 15°C e são comuns problemas quando a água passa de 28°C, então deve-se ficar atento ao aquecimento e resfriamento da água sendo mais indicado tentar manter a água por volta de 24°C. São peixes completamente pacíficos, mas podem se alimentar de peixes que caibam em sua boca. Falando em alimentação, eles são peixes onívoros e se alimentam muito bem de rações diversas. Uma dieta rica em algas e plantas e animais como dáfnias e artêmias intensifica a coloração desses peixes, embora possa complicar a filtragem. São peixes que não possuem estômago e por isso sua digestão é complexa e produzem uma grande quantidade de sujeira exigindo um aquário com grande capacidade de filtragem.


O ideal de um aquário de kinguios é um aquário apenas com kinguios. Carpas pequenas são uma opção compatível, vai depender do tamanho do aquário. Por serem peixes de nado lento os outros peixes costumam beliscar suas nadadeiras, então não é indicado ter tetras, barbos e outros peixes agitados. Pode-se colocar alguns peixes de fundo como coridoras criadas em cativeiro, dojôs, bótias e cascudos herbívoros como os otocinclus, paraotocinclus desde que o pH e a temperatura estejam adequados a todas as espécies. Cascudos do gênero hypostomus e magalancistrus, como o cascudo abacaxi, costuma atacar com frequência carpas e kinguios e não devem ser colocados.

Devido a todas essas considerações e você sendo um aquarista iniciante, indicamos um aquário de ao menos 200 litros com uns 6 kinguios do seu gosto. Eles vão crescer bem e viver muitos anos se a filtragem e o controle de temperatura for adequado.


Exemplo 2: Aquário comunitário


O aquarista passou na floricultura para comprar algumas flores pra sua mãe e se deparou com uma bateria cheia de peixes. Olhando as etiquetas com os nomes ele se agradou do formato das bandeiras, com as listras do barbo Sumatra, em como as paulistinhas nadavam em cardume na superfície, no formato da cauda da espadinha e em como o cardume de tetras mato grosso ficavam nadando em conjunto e resolveu montar um aquário com eles.


O aquário comunitário geralmente é a primeira opção do aquarista de cidade pequena que compra seus peixes geralmente em floriculturas e lojas não especializadas em aquarismo. São todos peixes criados de criadores da região de custo geralmente baixo e, por sorte, bastante resistentes.


Então o aquarista nos liga contando que viu os peixes na floricultura e que saber como montar um aquário deles e nós respondemos assim:


“Um aquário comunitário é bem simples de se manter, mas é preciso se atentar para alguns detalhes para evitar problemas previsíveis.


Desses peixes que nos falou, a maior preocupação é com os acarás bandeiras que ficam agressivos durante a reprodução e podem bater em alguns peixes.

Recomendamos que faça um aquário sem elas apenas com as outras opções. Um aquário comunitário com tetras, paulistinhas, espadinhas, barbos fica muito bonito e com bastante atividade por parte dos peixes. Eles são todos peixes onívoros, então uma única ração vai atender a todos eles. Na soma de tudo, o pH levemente alcalino fica bom, sendo que o pH 7,2 vai atender a todas essas espécies de peixes. São peixes que mantendo a água do aquário com dureza média (de 3 a 7 dGH) não vai ter problemas. Vai ser preciso controlar a temperatura por volta de 24°C para não ter problemas quanto a isso.


Você pode pegar um cardume de 10 paulistinhas, 4 espadinhas, 8 tetras mato grosso, 8 barbos Sumatra, 3 barbos cereja, 5 molinésias, 4 tetras negros e 1 betta macho que vai ficar um aquário diversificado e bonito. São peixes que vão se dar bem e fáceis de manter. Também é um aquário que tem uma filtragem simples.

Exemplo 3: Aquário de carnívoros ou de jumbos


Os aquários de peixes carnívoros ou um aquário de peixes jumbos, dois tipos de aquários que se enquadram igualmente em vários requisitos de montagem (tamanho de aquário, filtragem, circulação, alimentação, etc), são dos aquários que mais chamam atenção de quem vê devido à sua grande variedade de cores, formas e tamanhos. Já do lado do aquarista é um dos aquários mais difíceis de manter devido ao comportamento agressivo da maioria desses tipos de peixes e da enorme necessidade de um sistema de filtragem eficiente.


Vendo um vídeo na internet o aquarista resolveu montar um aquário de jumbos. Ele quer um aquário com arraias, tucunarés, faca palhaço, oscar, boca de jacaré, temporalis, green terror, acará severum, sysnpilum, boca de fogo, papagaio verdadeiro, uaru, protopterus, polypterus, pintado, pirarara, jacundá e o que mais de interessante ele achar.


Esse aquarista também viu um aquário de um cardume de piranhas e uma enorme quantidade de neons. Ele ficou muito interessado na mistura de peixes assustadores como as piranhas e completamente delicados como os neons.

Assim, ele nos pediu orientação para esses dois tipos de aquário para ele optar qual iria montar.


Demos então a seguinte resposta a ele:


“Um aquário de jumbos variados tem sempre a questão de agressividade. São peixes grandes que a maioria compete entre si na natureza por alimentação ou espaço.

Alguns, como óscars e tucunarés, se tornam agressivos e territorialistas quando atingem a maturidade sexual. Peixes como pintado, pirarara, o boca de jacaré, faca palhaço e polypterus são pacíficos, mas atacam peixes que caibam (ou que eles achem que caibam) em sua boca. Traíras são bonitas, mas territorialistas, eventualmente mordendo peixes maiores que ela. Tem que ter noção que vai ser um aquário que vai precisar de atenção e possivelmente remoção de peixes encrenqueiros. Quanto a alimentação, praticamente todos são carnívoros ou onívoros, se alimentando de ração própria sem problema nenhuma e com grande facilidade. Também é possível alimentar com filés de peixes ou mesmo alimentos vivos como peixes pequenos, camarões, tubifex, minhocas e similares, embora seja necessário caprichar na filtragem. O pH varia em função das espécies selecionadas, sendo que manter o pH entre 7,2 e 7,5 abranja a maioria das espécies desejadas. Com exceção de alguns amazônicos selvagens, a maioria desses peixes vive em ambiente com a água como uma dureza entre mole e dura (de 1 a 10 dGH), fazendo com que o parâmetro de dureza da água seja um fator de menor importância, mas ainda assim importante.

São todos peixes de água quente, vivendo bem em uma temperatura por volta de 26°C e sendo crucial evitar que a temperatura não diminua para 23°C ou menos.

O aquário de piranha com neons necessita praticamente das mesmas condições de água do aquário de jumbos como temperatura por volta de 26°C, pH entre 6,0 e 7,5 (sendo mais importante focar na necessidade dos neons que geralmente pedem um pH ácido), dureza mole (até 2 dGH) devido aos neons. A alimentação pode ser feita por ração ou com alimentos naturais ou vivos. Para alimentar os neons ração de flocos atende tranquilamente.

Ambos são aquários de peixes grandes e por isso precisarão ser grandes, com grande circulação de água e grande filtragem.


Exemplo 4: Aquários de ciclídeos africanos


O aquarista passou no petshop perto da sua casa e num aquário cheio de conchas viu alguns peixes amarelos, vermelhos e azuis e gostou. Por curiosidade então perguntou ao vendedor se eram peixes de água salgada. O vendedor disse que eram peixes de água doce conhecidos como ciclídeos africanos. Querendo então montar um aquário desse tipo o aquarista nos ligou e pediu mais informações.


“Um aquário de ciclídeos africanos é um excelente aquário para quem está começando no aquarismo. Eles são tão coloridos que parecem peixes de água salgada, mas na verdade são peixes de água doce de três lagos na África. São aquário de água alcalina geralmente com pH acima de 8 e de água com dureza elevada (no mínimo 7dGH). Os sais dissolvidos na água que elevam a dureza são os responsáveis pelas cores acentuadas desses peixes, principalmente o magnésio. São peixe que a temperatura média de 25°C e nunca abaixo de 23°C ou acima de 30°C. São peixes onívoros, alguns totalmente herbívoros e que no mercado existe uma vasta opção de rações disponíveis. Devido as características de dureza e pH da água desse aquário, dificilmente outros peixes se adaptam bem, mas existem espécies de água doce que vivem em estuário como o geophagus brasiliense que pode ficar bem nesse aquário e contrastar. São peixes em sua maioria territorialistas e agressivos, sendo necessário muitas tocas para reduzir a agressividade e proporcionar esconderijos.


É um aquário que se popularizou muito nos anos 2000 para frente e que tem várias espécies amplamente reproduzidas aqui no Brasil, reduzindo os custos e melhorando a genética.


É muito interessante montar um aquário de algum lago específico. Você pode optar por peixes específicos do Lago Malawi, do Lago Victoria ou do Lago Tanganyika o que lhe facilitará na escolha de fauna e manutenção dos parâmentros de água. Mesmo sendo lagos africanos relativamente próximos, existe uma variação de qualidade da água dependendo da posição do lago. Vale a pena pesquisar a fauna cada lago individualmente.”

Exemplo 5: aquário de poecilias


Um aquário que é comum à maioria dos aquaristas iniciantes são os aquários de poecilias. As poecílias pertencem a uma família de peixes muito famosos na qual estão incluídas espécies como os barrigudinhos, os guppys, as molinésias, as espadinhas e os platys. São peixes de fácil acesso, muito resistentes, se reproduzem com facilidade e são muito bonitos.


Para montar um aquário de poecília é preciso manter a temperatura entre 20 °C e 26°C, então um aquecedor com termostato vai ser crucial. São peixes onívoros com uma vasta gama de boas rações disponíveis além da aceitarem com facilidade alimentos vivos como tubifex, enquitréias, dáfnias, etc. São peixes que vivem melhor em um pH entre 7,0 e 8,0. São peixes que vivem em água com dureza média à dura (de 3 a 10 dGH) e toleram salinidade elevada sendo que algumas espécies vivem em estuários e em lagos onde a salinidade ultrapassa a salinidade do mar. É um aquário em que há a possibilidade de manter plantado com uma grande variedade de plantas. São peixes que se reproduzem com facilidade, logo problemas de superpopulação podem ocorrer. É comum os adultos comerem os filhotes, então, se pretende reproduzir é melhor pensar em um local para colocar os filhotes depois de nascidos. Se não pretende reproduzir, é indicado que se tenha apenas machos no aquário.

É um aquário que começando dos 15 litros já faz arranjos muito bonitos.

Exemplo 6: aquários de discos


Os discos são peixes mundialmente famosos e consagrados no aquarismo de água doce. Seu tamanho, formato e cores chamam atenção de todo mundo e fazem com que seja um dos peixes mais desejados pelos aquaristas.


Um aquário de acarás discos pode ter como fauna discos selvagens e/ou de criadouros. Os discos selvagens são muito mais delicados e muito mais exigentes em relação à qualidade de água, enquanto os de criadouro possuem uma variedade enorme de padrões de cores e são mais adaptados à vários parâmetros de água, principalmente dureza e pH. Assim sendo, vamos passar duas configurações de montagem, uma para discos selvagens e outras para discos já reproduzidos em cativeiro.


Aquário de discos reproduzidos em cativeiro


Para montar um aquário de discos reproduzidos em cativeiro você vai precisar de manter a água numa temperatura por volta de 26°C, nunca menos de 24 °C e evitar ao máximo temperaturas acima de 28°C. São peixes onívoros, com forte tendência de se alimentar de animais, mas os acarás discos reproduzidos em cativeiro aceitam facilmente ração sendo encontradas no mercado uma grande variedade de para essa espécie de peixe. O pH da água deve ficar em torno de 6,5 embora seja comum criadouros com pH acima de 7, sendo que muitas variedades vivem muito bem em pH neutro ou mesmo levemente alcalino. São peixes de água mole ou levemente dura (no máximo 3,5dGH), mas que toleram dureza baixa em muitos casos. Nesse caso, quanto menor a dureza, melhor.


São peixe que se dão muito bem em cardumes pequenos, médios ou grandes, mas que costumam segregar alguns discos por motivos diversos. Os machos adultos são naturalmente agressivos e territorialistas, mas em um cardume saudável a agressividade não causa problemas ou ferimentos sérios.


Aquário de discos selvagens


Um aquário de discos selvagens a temperatura de água é a mesma de um aquário de discos reproduzidos, mas há uma diferença grande na qualidade de água. São peixes de pH ácido variando na faixa de 5 a 6,5 e de dureza baixa (no máximo 1 dGH). Quanto à alimentação, são peixes que na maioria dos casos se alimentam apenas de alimento vivo, o que dificulta a sua manutenção, porém é possível adaptar com dedicação e paciência à ração.


Abaixo segue o link de um trabalho muito interessante sobre comportamento de reprodução de acarás discos e como a agressividade se mostra presente na maturidade sexual. Serve para entender um pouco melhor sobre


Já escrevemos antes um texto sobre montagem de um aquário de acarás discos e pode ser lido no link abaixo.


Assim terminamos o nosso capítulo sobre a fauna do aquário com esses exemplos. Ao longo de todo o guia vamos dando considerações sobre esses exemplos e ver como tudo se correlaciona.


As condições de qualidade de água são de nossas experiências ao longo do tempo e tendo como base nossa ideia de aquarismo de minimizar o estresse dos habitantes do aquário e proporcionar o máximo de vida possível.

Se você é do estado do Espírito Santo e tem vontade de ter seu aquário ou lago ornamental, entre em contato conosco que escutaremos as suas vontades e ideias e faremos o orçamento sem compromisso. Construímos desde a base do móvel, montamos o aquário e o sistema de filtragem e ornamentação. Entregaremos seu aquário montado e funcionando perfeitamente na sua casa, seja ele um aquário de água doce ou um aquário marinho.


Trabalhamos com aquário de no mínimo 200 litros.


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