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Foto do escritorAquários Sobrinho

O uso de zeolita em aquários a lagos ornamentais

A zeolita é um material que cada vez mais vem ganhando espaço nas discussões sobre aquarismo e tem um potencial de ser um material para ajudar os aquaristas a manterem os seus aquários. Acompanhe com a gente nesse texto muitos detalhes sobre o uso e as características da zeolita. 


A zeolita é um material bastante conhecido dos aquaristas para a remoção de amônia da água do aquário( a areia tidy cats é um tipo de zeolita), o que muita gente não sabe é que o potencial da zeolita é muito maior que esse. A zeolita é um aluminossilicato em que sua estrutura é constituída de microporos regulares que permitem não só a capacidade de adsorver nutrientes, como também de fazer a catálise de certas reações, fazer trocas iônicas e absorver compostos diversos.


Veja abaixo a imagem da estrutura molecular de uma zeolita:

zeolita aquário

Existem mais de 200 tipos de zeolitas diferentes, sendo cada uma com características próprias e apenas 40 dessas são de origem natural, todas as outras são sintéticas.

Os principais compostos adsorvidos pela zeolita são a água, a amônia, vários compostos orgânicos, íons de cálcio e magnésio e até mesmo compostos radioativos.


Devido à sua estrutura molecular, a zeolita consegue quebrar compostos diversos. O tipo de material que vai ser catalisado depende da estrutura e composição da zeolita.


Veja o vídeo demonstrativo abaixo onde hidrocarbonetos são quebrados dentro da zeolita:


A troca iônica feita pela zeolita permite que uma série de compostos sejam removidos da água enquanto a zeolita libera outros. Os principais íons liberados pela zeolita são os Na+ e K+ e possuem uma afinidade muita grande com amônia, Ca+2 e Mg+2, isso quer dizer que a zeolita possui a capacidade de amolecer a água removendo o cálcio e magnésio. Essa característica a torna muito útil para amolecer a água de aquários ou das trocas parciais de aquários amazônicos que precisam de uma água mole.


Outra característica da zeolita é a capacidade de trocar moléculas de sua estrutura. Ela pode absorver certos compostos e colocar no seu lugar. Em certos casos a zeolita pode liberar silicatos na água, o que não seria muito bom.


Alguns estudos mostram excelentes resultados no uso da zeolita como mídia para colonização de bactérias funcionando em conjunto num processo de bioregeneração. Enquanto a zeolita adsorve as moléculas de amônia, as bactérias nitrificantes fazem a sua renovação ao utilizarem a amônia adsorvida pela zeolita.


Na figura abaixo pode-se ver como esse processo se dá. 

O uso da zeolita em aquários marinhos é um tanto complicado pela sua preferência por íons de cálcio e magnésio em relação à amônia, ou seja, ao invés de remover a amônia da água, vai remover o precioso cálcio e magnésio do sistema, o que não é nada bom. Outro ponto ruim, é que a concentração de cloreto de sódio na água do aquário marinho é tão grande que passa a regenerar continuamente a zeolita.


A zeolita se mostra uma excelente mídia para a filtragem química e como mídia para colonização de bactérias em aquários de água doce, porém, devido à grande variedade de zeolitas existentes, o uso de uma zeolita não adequada pode não trazer o resultado desejado ou mesmo causar algum problema com excesso de silicato ou alumínio na água.

A zeolita não é uma mídia eficiente em aquários marinhos.


Acreditamos que as zeolitas das marcas conceituadas do aquarismo são adequadas para o uso em aquários, enquanto o uso de zeolitas provenientes da areia de gato possui certo risco já que sua principal função é segurar o odor da urina dos gatos e não tem necessidade preocupação com a troca iônica envolvida. Algumas zeolitas usadas como areia de gato possuem adição de químicos diversos.


A principal variedade de zeolita usada nas pesquisas com uso em aquários e pisciculturas é a clinoptilolita, zeolita que tem maior afinidade com amônia do que com cálcio e magnésio.

Assim como as resinas e o carvão ativado, a zeolita possui a capacidade de regeneração e de maneira mais simples que as últimas, apenas com a adição de NaCl, o famoso cloreto de sódio ou sal de cozinha.


As zeolitas num geral apresentam uma adsorção de amônia muito maior que os carvões ativados devido à sua estrutura molecular.


Quem tiver mais interesse em se aprofundar sobre as zeolitas, segue o link de uma tese de doutorado em português onde foi pesquisado o uso das zeolitas para adsorção de amônia: http://hdl.handle.net/10183/147531


Assim sendo, é possível  tirar um excelente proveito da zeolita na filtragem química de aquários e lagos, porém ainda assim é preciso tomar um certo cuidado. A adsorção de amônia da zeolita acaba por reduzir a quantidade de bactérias nitrificantes do sistema de filtragem biológico e, se não ficar atento, a zeolita saturar e parar de remover amônia, provavelmente um pico de amônia irá ocorrer e poderá causar sérios problemas nos peixes.


A zeolita usada como mídia biológica sem sua futura troca tem potencial para ser um excelente sistema de filtragem química e biológica, mas há poucos estudos sobre esse uso conjunto.



Não se deve usar zeolita em aquários com camarões ou outros invertebrados devido a remoção do cálcio e do magnésio da água, compostos muito importantes para esses organismos.

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