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As rochas do aquário marinho

Uma das dúvidas mais comuns entre os aquaristas marinhos é sobre as rochas que são utilizadas nesse aquário. Pode usar rocha morta? O que devo prestar atenção na rocha viva? Existem tipos diferentes de rochas para aquário marinho?

rocha aquário marinho

Acompanhe esse nosso texto e tenha resposta para essas e outras perguntas.


Qual a função das rochas no aquário marinho?


As rochas no aquário marinho tem como função a ornamentação, suporte para corais e outros animais, abrigo para os peixes e outros animais, ajudar na filtragem, ajudar minimamente a manter alguns parâmetros químicos e criar um ambiente onde o zooplâncton possa se abrigar e desenvolver.


As rochas não sou estritamente obrigatórias na montagem de um aquário marinho, porém elas trazem uma série de benefícios a um custo e manutenção tão baixos que valem muito a pena.


Formação das rochas do aquário marinho

Podemos separar as rochas usadas no aquário quanto à sua formação. Temos as rochas de origem mineral, as rochas de origem biológica e as rochas artificiais.


Todas as rochas usadas no aquarismo marinho tem base calcária. Nunca vimos um aquário marinho com rochas de basalto ou mármore, talvez porque não tenham os mesmos benefícios que as usuais ou por serem muito pesadas, embora seu uso seja plenamente possível.


É importante atentar à formação de cada tipo de rocha porque isso influencia diretamente nos resultados.


As rochas de origem mineral são formadas por depósitos calcários de origem vulcânica ou por sedimentação natural dos carbonatos do mar. Esse tipo de rocha possui muito pouca ou nenhuma concha ou outro agregado facilmente visível em sua composição. Ela é menos porosa que as rochas de origem biológica e até mesmo que as rochas artificiais.


As rochas de origem biológicas são formadas muito lentamente por algas calcárias (principalmente os rodólitos), conchas, restos de corais, areia e até mesmo de animais que vão grudando e crescendo nos oceanos. Devido a essa mistura, são as rochas menos densas (menor peso por volume) do que as minerais ou artificiais e também mais porosas, permitindo um melhor desenvolvimento de bactérias e de animais escavadores de rochas.


Grande parte da porosidade das rochas de origem biológica se dão pela ação de organismos vivos. Iremos falar disso com mais detalhes adiante.


Tipos de rochas do aquário marinho


Podemos dividir as rochas utilizados no aquário marinho em 3 tipos: as mortas, as vivas e as artificiais. Cada tipo de rocha tem suas características, vantagens e desvantagens que precisam ser analisadas pelo aquarista para tomar a melhor decisão.


As rochas mortas ou secas (dry rock)


As rochas mortas ou secas vem ganhando muito espaço no aquarismo marinho principalmente pelo preço, por poderem ser transportadas e armazenadas sem os mesmos cuidados das rochas vivas e pela maior disponibilidade de formatos para agradar os mais diversos tipos de aquaristas.

Uma vantagem muito grande da rocha morta é a segurança biológica. É certeza que ela não vai nenhum verme de fogo, um caranguejo comedor de corais, uma lagosta boxeadora, planárias ou qualquer outro organismo indesejado.


Por outro lado, se ela não tem organismos prejudiciais, ela também não tem organismos benéficos. A rocha seca não tem a sua superfície e interior colonizado por organismos muito benéficos como algas pink e bactérias nitrificantes e desnitrificantes.



Uma rocha morta pode demorar muitos meses para chegar ao mesmo nível de estabilidade biológica que uma rocha viva.


As rochas mortas podem ser catadas do mar, as chamadas rochas arribadas, que a correnteza as arranca do recife e depois são limpas e secas como também podem vir da mineração de depósitos calcários antigos (calcário de origem mineral ou mesmo de velhos recifes). A maioria das rochas mortas vendidas aqui no Brasil que temos ciência é de origem de mineração.


As rochas de origem mineral podem conter silicatos, fosfatos e outros minerais indesejáveis. Temos visto muito casos de rochas e aragonita (também da mineração de jazidas calcárias) com grande quantidade de silicato e causando muitos problemas.

As rochas vendidas mortas que eram vivas e passaram por um processo de limpeza podem acumular fosfato devido a decomposição dos organismos vivos que estavam nela. Muito difícil algum processo conseguir remover totalmente os fosfatos.


As rochas vivas (live rock)


As rochas vivas são praticamente iguais às rochas mortas ou secas, porém estão no ambiente marinho a tanto tempo que já estabilizaram uma cultura de organismos úteis ao aquário. Essas rochas estão preenchidas com algas pink, bactérias nitrificantes, bactérias desnitrificantes e até zoo plâncton.


A imagem abaixo retirada do artigo[2] mostra o campo de rodólitos em Fernando de Noronha.

A maior vantagem do uso das rochas vivas é que elas ajudam imensamente na filtragem biológica pelas bactérias desnitrificantes, pelas nitrificantes e também pelo zoo plâncton.


O zoo plâncton ajuda em muito na filtragem por “reciclarem” a matéria orgânica que tem no substrato, nas rochas e até na água. O zoo plâncton ainda serve de alimentos para os corais.


O uso de rocha viva de boa qualidade num aquário marinho de um iniciante ajuda em muito a reduzir a chance de dar problemas como acumulação de amônia, nitrato e fosfatos.



Durante os anos 80 e 90 o Método Berlin tinha grandes taxas de sucesso pelo fato de usar uma grande quantidade de rochas vivas durante a montagem que chegava a algo em torno de 1kg de rocha para cada 4 litros de água do aquário. Essa grande quantidade de rochas ajudava em muito na filtragem e estabilidade química da água numa época onde o conhecimento e suprimentos para aquarismo era de difícil acesso.


Os problemas das rochas vivas é exatamente o contrário das rochas mortas, elas precisam de um ambiente com condições de manter seu ecossistema em funcionamento, isso faz com que o transporte e a manutenção sejam mais complicados e mais caros.


As rochas vivas podem ficar até 20 dias enroladas em papel úmido e em ambiente fresco, mas a cada dia que passa ela vai reduzindo sua qualidade.


Uma curiosidade sobre as rochas vivas é que cada região do mundo as rochas vivas crescem de maneira diferente e com características diferentes. Seja pela espécie do rodólito, pela quantidade de matéria orgânica, pela correnteza do local, pela profundidade, etc.


A imagem abaixo retirada do artigo [2] mostra uma grande variedades de rodólitos que são as bases das rochas calcárias dos recifes e dos aquários. No mercado eles são vendidos com nomes diferentes, muitas vezes de acordo com o local onde são retirados.

Essa variação fornece uma variedade muito grande de rochas vivas com porosidade, agregados e densidades diferentes. 


Um momento de curiosidade, as rochas brasileiras


No final dos anos 90 e no começo dos anos 2000 havia uma febre mundial pelas rochas brasileiras do Espírito Santo para o mercado do aquarismo. Todo mundo queria ter as “rochas Guarapari” no seu aquário.


A rochas "Guarapari" são as mais leves e mais porosas que já vimos em todos esses anos. Ela possui uma quantidade de agregados muito grandes que vão desde conchas, pedaços de ouriços, pedras de basalto e até algas comuns que acabam se decompondo no interior e criando espaços vazios.


A imagem abaixo retirada do artigo[1] mostra uma rocha da região de Anchieta partida. Veja como ela possui uma variedade na textura e poros muito grandes. É muito diferente das rochas mortas importadas e até mesmo das rochas brasileiras de outros estados. 

Em questão de efeitos na filtragem e desenvolvimento de zoo plâncton até hoje não vimos nada semelhante com nenhum outro tipo de rocha viva do mundo.


Quando ajudávamos na exportação de rocha viva, toda a cota de extração que a empresa tinha era exportada, não ficava um só quilo no Brasil. A Alemanha era o maior comprador e chegava a valer mais de 30 dólares o quilo.


O Brasil possui a maior reserva de sedimentos carbonáticos do mundo e não é explorada industrialmente como países como França e Inglaterra fazem há décadas.


Hoje são muito poucos que possuem licença para exploração dessas rochas no Brasil para extração das rochas no Brasil, mais por burocracia e interesses políticos e pessoais do que por problemas ambientais. Onde podíamos retirar a rocha viva, hoje tem um canal de esgoto muito próximo jogando direto no mar.


As rochas artificiais no aquário marinho


As rochas artificiais sempre tentaram ganhar espaço no aquarismo, mas nunca conseguiram, seja pelos baixos resultados, pelos problemas com silicato e por desmancharem.


Existem rochas artificiais feitas com cimento branco, areia, cascalho e, as mais “modernas”, com aragonita. Algumas também tem material inerte como raspas de acrílico para ficarem mais leves.


Existem várias receitas, vários métodos de fabricação e vários métodos de cura com resultados diversos.


A maior vantagem, talvez única vantagem das rochas artificiais no aquário marinho é que sai barato fabricar e não depende de loja especializada na maioria dos casos.


Os problemas que envolvem as rochas artificiais envolvem a sua matéria prima. A mais importante de todas é a presença de silicatos na sua composição que podem causar um grande problema com algas marrons no aquário.


Os metais pesados como chumbo e cobre também estão presentes no cimento.


No uso habitual do cimento os compostos à base de silicato são fundamentais para o cimento dar liga e os metais pesados não fazem diferente. Hoje em dia também é muito comum o uso de escória de alto forno de siderúrgicas como matéria prima para o cimento.


Outro ponto é que o cimento tende a se desfazer na água salgada, principalmente devido a correnteza das bombas de circulação. Elas vão esfarelando e liberando silicato na água, o que é muito ruim esteticamente e também para a qualidade da água.


Hoje já vimos alguns casos na Europa de rochas artificias feitas com aragonita e uma cola acrílica inerte com muitos bons resultados, mas não consegue competir nem em filtragem, nem em estética com as rochas naturais.


Também já vimos casos de rochas artificias sendo colocadas no mar para se tornarem rochas vivas e comercializadas como rochas vivas de fabricação humana. Para quem quiser ver mais sobre isso, pode acessar esse link de um dos produtores comerciais: http://www.waltsmith.com/Aquaculture/CultLiveRock.htm


Quem vê as rochas abaixo até pensa que são naturais, mas foram feitas pelo homem e jogadas ao mar.


Características principais das rochas do aquário marinho


Podemos dividir as rochas vivas em duas características principais: porosidade e formato.


Porosidade


A porosidade de uma rocha é a quantidade de espaço vazios que ela tem dentro de si.

Quanto mais porosa for a rocha, mais leve ela é e mais espaço disponível para desenvolvida da vida existe. As rochas usadas no aquários podem apresentar poros microscópicos até verdadeiras “crateras” em seu interior.


Quanto maior os poros da rocha, mais fácil a água irá penetrar por eles e levar nutrientes para os organismos vivos, sejam bactérias ou animais.


 Quanto menor os poros, mais dificuldade a água tem pra atravessá-los.


Assim, quanto maior os poros das rochas, melhor é para a filtragem biológica da água e também para o desenvolvimento do zoo plâncton.


As rochas de mineração costumam ter os poros muito pequenos, enquanto as biológicas dependem do ambiente em que cresceram.


Se puder escolher a rocha do seu aquário marinho, escolha a com maior quantidade de poros grandes.


Formato


O formato das rochas tem seu efeito mais imediato na estética e depois também no desenvolvimento de outros animais. Quanto mais irregular for o superfície da rocha, mais zonas seguras para diversos animais ela irá ter.


Isso faz uma diferença muito grande em quem tem aquário de corais devido à disponibilidade constante de alimento para eles. 


No nosso aquário marinho quase todo dia encontramos pequenos crustáceos no limpador magnético. Para eles chegarem quase na superfície do aquário e se esconderem lá é porque tem muito disponível no aquário.


Animais escavadores de rochas calcárias


Pouca gente sabe, pelo pouco lidar com as rochas ou pela falta de informação fácil, que muito animais como vermes de fogo, moluscos, ouriços e esponjas conseguem cavar pela rocha calcárias.


Esses animais usam de ácidos orgânicos para dissolver o calcário e formam um caminho muito bem acabado.


Ter ciência disso é muito importante para evitar até mesmo desabamentos no aquário. Muitos são os casos de pedras rolarem no aquário aparentemente sem motivo, mas pode ser que um desses animais escavadores fragilizou a base de equilíbrio da rocha, ela quebrou e a pedra caiu. 


Quando a gente ajudava na exportação de rochas do Pablo, muitos antes de ter internet banda larga na casa das pessoas, era muito comum as rochas se partirem durante a limpeza e mostrar os caminhos feito pelos animais.


Certa vez num conhecido grupo de aquarismo marinho na internet eu disse que os vermes de fogo cavam nas rochas do aquário. Nenhum membro que viu ou comentou a postagem, nem os administradores e os mais experientes acreditaram no que dissemos. Eu tive que ficar um bom tempo procurando algum artigo científico pra ter que provar o que eu disse. À partir desse dia eu fui me afastando desse fórum, mas a publicação ainda deve estar lá.

A imagem abaixo [3] mostra muito bem como fica o resultado das rochas perfuradas por esses animais. Muitos animais se aproveitam desses abrigos, o que torna as rochas de origem biológica mais predispostas ao desenvolvimento do zoo plâncton nos aquários.

Pra quem cresceu vendo ouriço cavar em laterito denso, eles e outros animais cavarem no calcário é moleza!


Precauções na hora de escolher as rochas do aquário marinho


Assim como quase tudo no aquarismo, é preciso tomar uma série de precauções para que as rochas não causem problemas indesejados. Muitas dessas precauções não são tomadas e as vezes podem causar problemas chatos e trabalhosos de resolver.


Saber exatamente a origem: É muito importante saber a origem da rocha que você vai colocar no aquário. Se ela vem direto do local de extração, qual o local da extração, se ela é de desmanche de aquário, etc. Isso ajuda a rastrear problemas comuns e facilitar em resolvê-los.


Por isso prefira rochas de fornecedores que tem vários clientes que usaram e não tiveram problemas: Não vê apenas pela marca, existem uma infinidade de vendedores que vendem rocha Zanzibar tem fornecedores diferentes de locais diferentes.


Não usar rochas usadas (de desmanche): Usar rochas de desmanche pode ser extremamente arriscado se você não conhecer como o aquário era no exato dia que foi desmontado. Essas rochas podem vir com doenças e contaminantes e prejudicar o aquário.


Testar uma amostra antes de colocar no aquário: Faça sempre um teste de silicato, fosfato e nitrato numa amostra da rocha antes de colocar no aquário. Basta deixar uma rocha ao menos 24 horas de molho em um recipiente com água deionizada e fazer os testes. Quanto menos água usar, mais concentrado tende a dar os testes.  Se os testes derem alto é recomendado não usar essas rochas.


Desconfiar de rochas muito baratas, principalmente se forem vivas: Rochas nunca são baratas. As importadas variam com o dólar, passam pelo importador e o lojista final e as rochas naturais possuem uma cota de extração muito pequeno, tudo isso faz com que o preço seja alto.


As rochas muito baratas podem ser rochas inadequadas ao aquário marinho ou de péssima qualidade.


Tem algumas semanas que temos recebidos ligações de clientes perguntando porque as rochas deles estão desmanchando. Não é normal elas desmancharem.


Verifique se há rochas soltam pó ou possuem coisas estranhas: Algumas rochas parecem desmanchar como giz na mão, essas rochas não são adequadas. Também, rochas podem vir com lateritos agregado e devem ser evitadas devido ao excesso de ferro desse tipo de rocha. 


Perguntas frequentes 


Qual a quantidade indicada de rochas nos aquário? 

Resposta: Uma média de 1 kg de rocha para cada 8 litros de aquário.


Pela nossa experiência ao longo de todos esses anos é que quanto mais rochas, mais estável o aquário se mantém. Seja por segurar um poucos os parâmetros, seja pela ajuda na filtragem, seja pela micro e macro vida que se desenvolve no aquário. 


Posso fazer um aquário sem rochas?

Resposta: Tranquilamente sim!


As rochas não são estritamente essenciais para se ter um aquário, porém elas ajudam bastante. É possível compensar a falta das rochas com reatores e refúgios no sump e até mesmo acrescentando zoo plâncton manualmente.


Uma boa ideia para quem não quer rochas no display é encher um refúgio de rochas e colocar camarões de poça e ofiuroides. Esses animais, junto com o plâncton, vão manter o refúgio limpo e as rochas vão contribuir com seus benefícios do mesmo jeito.


Posso misturar rochas de diferentes tipos?

Resposta: Sem problema algum! Basta que todas as rochas sejam de boa procedência conforme dissemos no tópico sobre as precauções.


É comprovado que as rochas vivas ajudam a filtrar a água e ajudar nos parâmetros químicos? 

Resposta: Sim, é comprovado e repetido no mundo todo, sejam por aquaristas ou por cientistas.

A imagem abaixo retirada do artigo[4] mostra um teste com uma acrópora, pepino do mar e rocha viva. No teste com rocha viva a qualidade da água foi superior e permitiu que a acrópora sobrevivesse, diferente do aquário sem a rocha viva. 

Essa outra imagem retirada do mesmo artigo acima mostra um foto de perfil da rocha viva e o local da amostra com presença de genes das bactérias nitrificantes e desnitrificantes no interior da rocha viva, mas não na água do aquário! As bactérias nitrificantes se desenvolveram apenas no interior das rochas vivas.


As rochas do aquário marinho contribuem em muito para o equilíbrio do ecossistema do aquário. Elas ajudam na filtragem, na manutenção da micro e macro vida, na manutenção dos parâmetros químicos e em coisas que talvez nem imaginemos ainda.


Dê preferência às rochas menos densas por serem mais porosas e faça sempre os testes necessários antes de colocar qualquer rocha no aquário.


Se pararmos para pensar, a maior concentração de vida nos oceanos são nos recifes de corais, nas regiões rochosas e nos naufrágios. Esse locais permitem toda a teia alimentar consiga se proteger e se desenvolver.


Referências bibliográficas 

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[2] Villas-Boas, Alexandre B., Rafael Riosmena-Rodriguez, and Marcia Abreu Oliveira Figueiredo. "Community structure of rhodolith-forming beds on the central Brazilian continental shelf." Helgoland Marine Research 68.1 (2014): 27.

[3]Leal, Rachel Nunes, et al. "Tomographic analysis for bioerosion signatures in shallow-water rhodoliths from the Abrolhos Bank, Brazil." Journal of Coastal Research 28.1 (2011): 306-309.

[4] Yuen, Yeong Shyan, et al. "Effects of live rock on the reef-building coral Acropora digitifera cultured with high levels of nitrogenous compounds." Aquacultural engineering 41.1 (2009): 35-43.

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