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  • Foto do escritorAquários Sobrinho

Erros, mitos e confusões sobre UV

O uso de filtros ou reatores ultravioleta (UV) nos aquários e lagos ornamentais é bem antigo e bem comum, mas ainda é assunto cheio de mitos e meias verdades. Os reatores UV são realmente muito eficientes quando usados adequadamente e na dimensão necessária, mas não são milagrosos como muita gente acredita.

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Os reatores UV são realmente muito úteis para combater a “água verde” dos aquários e lagos ornamentais e até mesmo deixar a água mais cristalina eliminando microrganismos presentes nela, mas não é algo necessário ou fundamental para que isso ocorra.


O UV não é milagroso, não tem a capacidade de remover nada do sistema, nem mesmo as algas ou microrganismos mortos pela radiação UV, ele apenas esteriliza os organismos ou destrói uma série de compostos químicos que são susceptíveis à radiação UV.


Segue a baixo uma pequena lista de mitos, confusões e enganos que muitas vezes aparece nas conversas sobre o uso de lâmpada ultravioleta em aquários e lagos ornamentais.


UV não cura doenças em peixes


Uma das confusões mais comuns é dizer que o filtro ultravioleta é capaz de curar doenças em peixes. De maneira nenhuma a radiação ultravioleta do reator chega no display do aquário, a radiação UV fica contida apenas na câmara do filtro onde a luz está acesa.


Quando dizem que colocar um filtro UV no aquário ajuda a prevenir doenças é pelo fato da radiação ser capaz de esterilizar microrganismos ou até mesmo mata-los, mas a quantidade de radiação depende de cada espécie, fase da vida e até mesmo do aparelho. Os microrganismos mais susceptíveis aos efeitos do UV são as microalgas, as bactérias, vírus, protozoários e fungos são geralmente muito mais resistentes aos efeitos da radiação ultravioleta.


A tabela abaixo mostra uma média da quantidade de radiação ultravioleta entre diferentes tipos de microrganismos. Para mais detalhes sobre o que significa a unidade de microwatts segundo / centímetro quadrado é encontrada no nosso texto que deixamos o link acima.

Mesmo com essa capacidade de esterilizar ou eliminar microrganismos, usar UV no aquário não o elimina das doenças. O UV não alcança os microrganismos patogênicos da ornamentação, plantas, substrato e corais do aquário.


UV não filtra água


A confusão mais comum sobre UV é achar que o UV filtra alguma coisa, mesmo que vendam ou o chamem de filtro ultravioleta.


O reator ultravioleta é apenas um equipamento construído para melhor aproveitar a radiação da lâmpada UV na água. Ele não separar partículas sólidas, microrganismos, compostos químicos (embora a radiação ultravioleta tenha capacidade de destruir muitos compostos químicos).


 UV não mata algas e outros organismos nas pedras, plantas e substrato do aquário


Como já dissemos, o reator UV só tem efeito na sua câmara de reação com organismos e compostos químicos dissolvidos na água.


É muito comum a indicação do uso de ultravioleta para combater alga peteca, cianobactérias, algas marrons e outros problemas, embora não funcione a acabe sendo um gasto inútil por parte do aquarista. Um filtro UV, por mais potente que seja, não vai ajudar em nada nesses casos.


UV não funciona corretamente sem a luva de quartzo


Um reator ultravioleta é relativamente caro e por isso muita gente compra as partes do reator separadas e monta em casa em tubos de PVC, mas esquecem da luva de quartzo, uma das partes mais caras do equipamento. Sem a luva de quartzo, a lâmpada UV não funciona direito (pode até mesmo acender e não emitir radiação UV) e vai ter uma vida bem curta.


A luva de quartzo serve para proteger a lâmpada ultravioleta do resfriamento provocado pela água e de manter a superfície da lâmpada livre de sujeira.


As lâmpadas UV mais comuns em funcionamento tem o envelope (a superfície da lâmpada) com temperatura que vai de 700°C até 850°C dependendo da potência e modelo. Com a água em contato com essa superfície, acontece o resfriamento excessivo da lâmpada fazendo com que ela não funcione adequadamente, emitindo menos radiação UV-C, que é a radiação que precisamos para ter o resultado que desejamos.


Não adianta querer usar outro material no lugar da luva de quartzo. Se você tentar usar vidro, plástico e até mesmo acrílico, toda a radiação UV será filtrada por esse material e não chegará na água.


A indicação da embalagem nem sempre funciona na prática


Em muitos casos na embalagem do reator UV está escrito que tal equipamento suporta um aquário ou lago de tantos litros, mas muitas vezes quando aplicados na prática isso não funciona.


A maioria das lâmpadas UV vendidas para uso em aquarismo são de marcas chinesas, materiais de comumente baixa qualidade e padronização. Se pegarmos uma lâmpada UV de uma marca europeia que geralmente tem maior qualidade e padronização o resultado será muito superior em relação a uma lâmpada chinesa de mesma potência.


Outro ponto é que muitos equipamentos desses nem sempre são testados na prática, são feitos com base em concorrentes. Essa diferença é comumente vista nos filtros de aquários, se a embalagem diz que funciona pra aquários até 500 litros, na prática vai até cerca de 200 litros ou até menos.


Usando reatores ultravioleta chineses temos tido bons resultados usando ele na metade da indicação da embalagem. Assim, se a embalagem diz que funciona até 2000 litros, nós usamos até 1000 litros apenas.


UV deve ter uma bomba própria para ela


Com todas as qualidades da UV é muito comum ela vir acoplada em canisters, mas raramente possui bons resultados devido à alta velocidade.


 A radiação UV necessária para esterilização do organismo depende da potência da lâmpada UV e do tempo que o organismo fica exposto a essa radiação. Quanto maior for a vazão da bomba que está no reator UV, menor será o resultado.


Geralmente a vazão da bomba do reator UV é cerca de 50% o volume total do aquário ou do lago, vazão muito diferente dos filtros que tem vazão superior ao volume total do aquário ou lago. Uma bomba própria para o reator UV garante que a água fique o tempo necessário no reator.


A vida útil da lâmpada UV é baixa


A vida útil média das lâmpadas UV variam de 1000 horas a 3000 horas, podendo a chegar a 4000 horas em casos de condições de funcionamento ideal, isso dá uma média de vida de 3 meses de vida útil. Lembrando que vida útil não é a lâmpada acender, mas acender e emitir radiação ultravioleta em quantidade satisfatória.


Existem 3 pontos principais que definem se uma lâmpada UV:


  •   Quantidade de vezes que a lâmpada é ligada: A cada vez que a lâmpada UV é ligada uma série de contaminantes das partes eletrônicas da lâmpada. O processo de resfriamento e aquecimento ao desligar e ligar a lâmpada também provoca fadiga de seus componentes. Esses dois fatos reduzem a vida útil da lâmpada.

  • Refrigeração adequada: Mesmo que a lâmpada UV em si tenha que permanecer na temperatura de funcionamento correta, suas partes eletrônicas não podem sobreaquecer. É preciso que haja refrigeração adequada dos reatores e conexões para que a lâmpada chega ao máximo da sua vida útil.

  • Instalação e manutenção adequada: fazer gambiarras, usar material inadequado e improvisado contribui muito para o fim antecipado da vida útil da lâmpada UV. A manutenção e limpeza regular do reator (incluindo a luva de quartzo) contribui para manter a lâmpada UV até o fim natural de sua vida útil.

Não se deve usar timer na lâmpada UV


A lâmpada UV deve funcionar continuamente para uma maior durabilidade e eficiência. Caso a lâmpada seja desligada por certos períodos, além de diminuir a vida útil, permite a criação de um biofilme na superfície da luva de quartzo.

Quando a lâmpada UV está ligada, os microrganismos geralmente não se grudam na luva de quartzo, porém, quando a lâmpada está desligada, eles podem se fixar. Quando a lâmpada a ligada novamente, esses organismos acabam sendo mortos, porém não desgrudam e não permitem que a radiação UV chegue à água.

O reator UV não deve ficar submerso


É muito comum, principalmente em lagos, as pessoas colocarem o reator UV submerso para escondê-lo, o que pode causar sérios problemas.


A vedação desses reatores para aquários e lagos geralmente não são feitos para serem submergidos e caso forem podem levar umidade às partes da lâmpada ou até mesmo pode entrar água. Também causa um resfriamento inadequado das instalações elétricas, o que diminui a vida útil da lâmpada UV.

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