O uso do sal nos aquários e lagos é uma das receitas mais antigas e funcionais para ajudar a combater e prevenir doenças e também como meio reduzir o estresse do transporte dos peixes. Simples e prático, o uso do sal requer alguns cuidados para não causar problemas aos peixes.
Com um pouco de atenção e entendendo as informações desse nosso texto, o aquarista será capaz tirar grande proveito do uso de sal para muitas espécies de peixes em profilaxias e tratamentos diversos, seja por parasitas externos ou ferimentos.
Definição de Sal
Um engano muito comum entre os aquaristas é achar que sal é apenas que sal de cozinha, mas o termo sal compreende um grupo muito grande de compostos químicos.
Lá da química básica a definição de um sal é muito simples: sal é um composto que quando misturado em água se ioniza em um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-.
Entre os sais mais comuns usados no aquarismo para fins diversos tem o bicarbonato de sódio (NaHCO3), cloreto de cálcio (CaCl2), cloreto de magnésio (MgCl2) e o permanganato de potássio (KMnO4).
Definição de salinidade
Agora que já vimos que sal não é somente o sal de cozinha, vamos definir o que é salinidade, um conceito bastante simples.
A salinidade é simplesmente a relação da massa de sal em relação à massa de água e é medida geralmente em g/kg (gramas por quilo) ou g/l (gramas por litro).
Formas de medir a salinidade nos aquários e lagos de água doce
Antes de continuarmos falando sobre sal e como utilizá-lo corretamente é de muita importância que se tenha meios de medir a quantidade de sal da água.
De fácil acesso temos duas maneiras de medir a salinidade da água dos aquários e lagos de águas doce: usando um refratômetro e usando um medidor de condutividade (TDS). Um densímetro também pode ser usado se ele tiver uma escala baixa, mas são difíceis de achar e os que são usados em aquários marinhos possuem uma precisão muito baixa para medir baixa densidade então não deve ser usado nesse em aquários de água doce, apenas marinho.
Medindo a salinidade com um refratômetro para salinidade
Os refratômetros medem a o quanto a luz se desvia na água da amostra devido aos sais dissolvidos nela. À partir da refração é possível chegar com relativa precisão à quantidade de sais dissolvidos na água.
Os refratômetros portáteis usados em aquários marinhos geralmente possuem uma escala em densidade e outra em ‰ (per milagem ou ppt que significa g/kg) como mostra a imagem abaixo.
Basta seguir a orientação do manual e não terá problemas.
PS: Ao comprar o refratômetro fique atento para comprar o refratômetro de salinidade e não outro utilizado para medir o nível de açúcar ou de álcool. São refratômetros bem diferentes.
Medindo a salinidade com medidor TDS
Um medidor TDS mede os íons dissolvidos na água através do movimento desses íons entre os eletrodos carregados. São equipamentos baratos, facilmente encontrados e os mais precisos para se medir baixa salinidade.
A imagem abaixo mostra um medidor de TDS portátil usado em aquarismo marinho.
Os medidores de TDS não conseguem medir os compostos que não estão na forma de íons como açúcares e até mesmo sais não dissolvidos, então ele não serve para medir a pureza da água, apenas a quantidade dos íons.
A medida dos medidores TDS são geralmente em miliSiemens por centímetro (mS/cm) ou ppm (parte por milhão ou miligramas por litro). Logo, para aparelhos que dão resultados em mS/cm é importante fazer a conversão para ppm.
É importante frisar que a medida em ppm é uma conversão direta pra uma concentração de sal de um sal específico, geralmente cloreto de sódio (sal de cozinha) ou outro dependendo da configuração do aparelho. A tabela abaixo mostra uma comparação entre a medição dos medidores TDS da Oakton em mS/cm e sua comparações em ppm de NaCl e KCl.
O que acontece quando mudamos a salinidade no aquário?
Além da importância da água do aquário estar na salinidade correta aos seres vivos que o habitam é importante que os sais estejam nas proporções adequadas já que eles influenciam em muita coisa, como a dureza da água e a reserva alcalina.
Pouca gente sabe, mas os peixes retiram o cálcio que precisam da água muito mais do que retiram da alimentação!
Se mudarmos apenas a quantidade de sódio e cloreto adicionando NaCl, o equilíbrio iônico pode se alterar e ter resultados piores que num estado equilibrado, embora não haja registro de problemas ao longo prazo usando apenas cloreto de sódio.
Quando se muda a salinidade da água o efeito direto é na osmorregulação dos peixes, plantas e até das bactérias do filtro. Já tratamos um pouco desse assunto no nosso texto sobre a salinidade nos aquários que deixamos o link acima.
Quando se acrescenta sal na água você reduz a pressão osmótica do peixe de água doce fazendo e isso faz com que ele tenha mais energia para crescimento e se recuperar de ferimentos e doenças.
Em caso de excesso de sal, o peixe não consegue controlar sua osmorregulação e acaba tendo uma série de problemas devido ao estresse osmótico como redução da imunidade e problemas no crescimento.
Um peixe com mais energia cresce mais e fica menos estressado, o que aumenta sua resistência a doenças.
É muito importante que toda mudança de salinidade seja pequena e gradual para evitar um choque osmótico que pode matar peixes, plantas e bactérias rapidamente.
Um dos efeitos mais significativos nos peixes é o aumento da produção de muco. O muco ajuda a evitar que bactérias, fungos e parasitas cheguem ao corpo do peixe e também ajuda a aliviar a pressão osmótica.
Quando o peixes estão com ferimentos, seja por brigas, acidentes ou mesmo doenças, a salinidade mais alta ajuda a evitar perda de fluidos para a água devido a redução da pressão osmótica e o aumento do muco ajuda a proteger o ferimento de infecções secundárias.
Quem tiver mais interesse de se aprofundar mais sobre a influência da salinidade no metabolismo dos peixes pode ler esse material da EMBRAPA muito bom clicando aqui.
Além do choque osmótico, as plantas, dependendo da espécie, tem menor capacidade de retirar nutrientes da água. A tabela abaixo retirada da dissertação de mestrado da Maria Angélica da Conceição Gomes que pode ser lida na íntegra clicando aqui mostra essa variação de nutrientes nos testes que ela fez em função do aumento do NaCl.
A imagem abaixo mostra as plantas dos testes do mesmo trabalho acima. Veja o efeito nas folhas das diferentes concentrações de sal.
O aquarista deve tomar muito cuidado com o sal em aquários plantados.
O sal também reduz o oxigênio dissolvido da água, porém, na dose que é usada nos aquários de água doce, seu efeito não é significativo.
Efeito da salinidade nos parasitas, fungos e bactérias externas
Quando aumentamos a salinidade da água, os parasitas, assim como os peixes, também sofrem uma alteração na sua osmorregulação de uma maneira bastante nociva.
Mesmo que os peixes sofram efeitos nocivos do aumento da salinidade eles serão muito leves se comparado ao efeito sofrido pelos parasitas, bactérias e fungos.
O efeito do aumento da salinidade na prevenção e tratamento de doenças é simplesmente esse!
Veja abaixo uma lista de doenças que podem ser prevenidas e tratadas com sal:
Copépodes (verme âncora, Lernaea spp)
Íctio (Ichthyophthirius multifiliis)
Doença do veludo ou oodinum (piscinodiníase, Piscinoodinium spp)
Doença da ferida vermelha (Epistylis spp, Heteropolaria spp,)
Fungos e oomicetos
Intoxicação por nitrito
Cuidados com o uso do sal nos aquários e lagos
Para que todos os benefícios do uso do sal sejam alcançados é preciso tomar uma série de cuidados quanto ao processo.
O primeiro cuidado é saber a tolerância à salinidade dos peixes do aquário ou lago.
É muito importante saber qual é a tolerância do peixe ao tempo de exposição à diferentes salinidades. Os peixes tem variações de tolerância em função da sua idade e espécie, então o aquarista deve buscar saber qual a tolerância máxima dos peixes e trabalhar num limite inferior a esse.
No final desse texto tem uma lista com a tolerância de alguns peixes em função da salinidade.
O segundo cuidado é a precisão na quantidade de sal utilizado. Uma diferença de 0,5 gramas por litro pode ser suficiente para causar a morte dos peixes.
O aquarista deve estimar o mais próximo possível o volume de água do aquário, que é sempre menor que o volume total do aquário, para evitar uma overdose. Também deve pesar a quantidade de sal utilizada, evitando usar medidas como colheres de sopa ou chá, já que a imprecisão desse tipo de medida é muito grande.
O aquarista pode pedir na padaria do bairro para pesar a quantidade de sal utilizada.
Sais por encomenda Aquários Sobrinho
Nós da Aquários Sobrinho podemos fazer por encomenda uma mistura de sais para manter o devida proporção de íons na água garantindo a melhor qualidade de água para seus peixes.
Peixes como ciclídeos africanos dos lagos ou amazônicos possuem características de águas bastante específicas e o uso de sais adequados além dos benefícios na prevenção e tratamento de doenças, proporcionam um aumento no bem estar e na coloração do peixe.
Usando nossa mistura de sais para aquários de água doce o aquarismo consegue manter a salinidade do seu aquário alta além de manter os macro nutrientes nas proporções adequadas.
Como usar o sal nos aquários e lagos
Antes dos processos em si é bom lembrar que usar sal usados para preparar água de aquário marinho é muito melhor que usar sal de cozinha. O sal marinho possui uma série de outros compostos benéficos como cálcio, magnésio, potássio e vários elementos traços como molibdênio e zinco. [18]
Na falta de sal marinho o sal grosso é a melhor que sal de cozinha.
Ainda sobre o sal marinho, é preciso ficar atento ao aumento do pH e da reserva alcalina devido aos carbonato presentes em sua composição. O uso do sal marinho pode não ser viável em aquários de água mole e de pH ácido.
Voltando ao uso de sal nos aquários....
Quando se mantém a salinidade alta constante no aquário é precisa manter em um nível que todas as espécies toleram tranquilamente no longo prazo.
Para definir a salinidade a se manter no aquário deve-se escolher a menor salinidade tolerável continuamente entre todos os peixes do aquário já que alguns peixes, principalmente se houver filhotes, podem não tolerar essa nova concentração de forma contínua. Assim, o aquarista não corre o risco de ter problemas.
Geralmente a concentração de sal nos aquários deve ser mantida em 1 grama por litro para evitar boa parte dos parasitas, fungos e bactérias. Essa concentração de 1 grama por litro é uma concentração bastante tolerável pela maioria dos peixes de água doce, embora algumas espécies de cascudos, tetras, bagres e coridoras não toleram a mínima concentração de sal na água[18].
Muitos peixes toleram uma salinidade maior ainda que 1 grama por litro , então, caso a fauna e flora do aquário permita, pode-se aumentar a salinidade para 2 gramas de sal por litro de água garantindo assim uma maior eficiência na prevenção de doenças.
Não é preciso se preocupar com as bactérias nitrificantes do seu filtro, elas toleram uma salinidade alta, mas não toleram uma mudança repentina na salinidade.
Atenção: aumente a concentração do seu aquário lentamente! Indicamos no máximo 0,5 gramas de sal por litro de água por dia. Isso ajuda os peixe, plantas e bactérias nitrificantes a gradualmente se adaptarem. Quanto menor for o acréscimo do sal, menor a diferença do choque osmótico. Em caso de tratamento de doenças pode-se acrescentar 1 grama de sal por litro de água por dia.
Ao começar a usar sal nos aquários e lagos de água doce é importante medir regularmente a salinidade para evitar superdosagens.
Quando se faz TPA em um aquário em que se acrescentou sal e quer se manter essa concentração, a água da troca parcial já deve vir com o sal misturado na mesma concentração para evitar um choque osmótico.
Caso o aquarista queira reduzir a concentração de sal do aquário, faça TPAs de no máximo 20% para que os peixes não sofram efeitos na sua osmorregulação e possam se adaptar adequadamente.
Sinais de salinidade excessiva nos peixes
Caso os peixes não se adaptem à nova salinidade do aquário eles irão apresentar sintomas de estresse variados entre os principais os seguintes:
Grande redução na alimentação
Natação errática
Letargia (peixe parado num canto por muito tempo)
Agressividade
Respiração ofegante
Ao perceber esses sintomas em mais de um peixe deve-se fazer trocas parciais de 10 a 20% com água sem sal a cada hora até os peixes apresentarem melhora. É importante que haja esse intervalo de uma hora para evitar um choque osmótico e prejudicar ainda mais os peixes.
Resistência dos peixes à salinidade
Caso o peixe que você tenha não esteja aqui basta procurar o nome científico do peixe e buscar no Google Acadêmico junto com a palavra salinidade. Muitos peixes é mais fácil achar buscando em inglês do que em português.
Em muitos casos não será possível vai achar um texto direto sobre o assunto, um texto com o título envolvendo a espécie buscada e salinidade, mas no texto haverá indicações como o peixe habitando estuários ou locais de salinidade mais alto se for o caso como pântanos por exemplo.
O aquarismo passou a despertar interesse da ciência há pouco tempo, logo o banco de dados sobre peixes ornamentais é bastante pequeno e muitos peixes podem não ter sido estudados sobre esse assunto. Caso não haja informação sobre a resistência à salinidade desse peixe cabe ao aquarista ver se vale a pena testar com uma concentração baixa ou não.
Segue abaixo uma lista com informações sobre a resistência de alguns peixes à salinidade.
Carpa comum (Cyprinus carpio): tem um ótimo crescimento em uma salinidade entre 0,5 gramas por litro e 2,5 gramas por litro e toleram por alguns dias uma salinidade de até 7 gramas por litro se devidamente aclimatadas. [1]
Kinguio (carassius auratus): tem um ótimo crescimento com salinidade entre 1 grama por litro e 3 gramas por litro e toleram uma salinidade de até 8ppm por poucos dias. [2]
Guppy (poecilia reticulata): Se devidamente aclimatadas podem ser criadas em águas com mais de 10 gramas por litro.
Platy (Xiphophorus maculatus) Podem viver bem em ambientes com cerca de 10 gramas por litro. [3]
Molinésia: Podem viver muito bem em ambientes marinhos se bem adaptados.
Betta (betta splendens): Apodem viver adequadamente em salinidades de até 6 gramas por litro. [4]
Acará bandeira (Pterophyllum scalare): tolerância segura de sobrevivência em uma salinidade de 4 gramas por litro. [5]
Rasbora Harlequim (Rasbora heteromorfa): Ótimo crescimento à concentrações de até 1,4 gramas por litro. [6]
Tetra gowligth (Hemigrammus erythrozonus): ótimo crescimento em concentrações de até 1,15 gramas por litro. [6]
Tetra olho de fogo (Hemigrammus ocellifer): ótimo crescimento em concentrações de até 1,15 gramas por litro. [6]
Tetra engraçadinho (Hyphessobrycon Flammeus): ótimo crescimento em concentrações de até 0,6 gramas por litro. [6]
Tetra limão (Hyphessobrycon pulchripinnis): Ótimo crescimento à concentrações de até 1,4 gramas por litro. [6]
Tetra fantasma negro (Megalamphodus megalopterus): Ótimo crescimento à concentrações de até 1,4 gramas por litro. [6]
Neon cadinal (Paracheirodon axelrodi): Ótimo crescimento à concentrações de até 1,4 gramas por litro.[6]
Tetra neon (Paracheirodon innesi): bom crescimento com concentrações de até 0,6 gramas de sal por litro, mas possuem crescimento melhor em águas de menor salinidade. [6]
Torpedinho dourado (Nannostomus beckfordi): ótimo crescimento em concentrações de até 0,6 gramas por litro. [6]
Barbo cereja (Puntius titteya): ótimo crescimento em concentrações de até 1,15 gramas por litro. [6]
Barbo rubi (Puntius nigrofasciatus): Ótimo crescimento à concentrações de até 1,4 gramas por litro.[6]
Cobra kuhli (Pangio semicincta): Ótimo crescimento à concentrações de até 3 gramas por litro.[6]
Paulistinha (Danio rerio): Pode tolerar um bom tempo salinidade de até 10 gramas por litro. Cabe ao aquarista ver se os peixes vão se adaptar a uma concentração menor de maneira contante. [7]
Corydora aeneus : 100% de sobrevivência em uma salinidade de 1 grama por litro, mas tem resultado melhor em águas com salinidade menor que 1 grama por litro. [8]
Tamoata (hoplosternum littorale): Bom crescimento em uma salinidade de até 2 gramas por litro. [9]
Tamatá-branco (hoplosternum thoracatum): Bom crescimento em uma salinidade de até 2 gramas por litro. [9]
Cascudos Pterygoplichthys sp: Algumas espécies sobrevivem em alta salinidade de até 12 gramas por litro. [10]
Arraia motoro (Potamotrygon motoro): Não sobrevivem bem em salinidades acima de 10 gramas por litro. [11]
Oscar (Astonotus ocellatus): Sobrevivem em salinidades de até 14 gramas por litro por 30 dias sem nenhuma morte. [12]
Cará (Geophagus brasiliensis): É encontrado em zonas com salinidade de até 14 gramas por litro. [13]
Ciclídeo americano (Cichlasoma urophthalmus): Melhores crescimentos em salinidades entre 10 gramas por litro e 20 gramas por litro. [14]
Cichlasoma synspilum: Boa sobrevivência em uma salinidade máxima de 5 gramas por litro [15]
Acará Severo (heros severus): Não tolera salinidades altas tendo seu desenvolvimento comprometido com salinidade de 2 gramas por litro. [5]
Colisa (Trichogaster labiosa e Trichogaster lalius): Tolerância em salinidades de até 4 gramas por litro. [16]
Pintado (Pseudoplatystoma corruscans): Possui um ótimo crescimento em salinidade de até 1,7 gramas por litro e sobrevive muito bem em salinidades de até 5 gramas por litro. [17]
Boca de jacaré (Lepisosteus oculatus): Sobrevive tanto em água doce quanto em água salgada.
Ciclídeos africanos dos lagos Victoria, Malawi e Tanganyika: Melhor crescimento com salinidade entre 1 grama por litro e 5 gramas por litro. [18]
Considerações finais
Nesse texto vimos que muitos peixes podem viver muito melhor em água com salinidade maior do que são encontrados na natureza, isso envolve maior crescimento e melhor saúde. O aquarista dedicado, em posse desse conhecimento, pode buscar a melhor salinidade para o seu aquário prevenindo doenças e reduzindo o estresse.
A concentração de 1 grama por litro de sal é tolerável sem danos para a maioria dos peixes tropicais e isso é corroborado na literatura muitas vezes, mas existem exceções. Existem cascudos que vivem muito bem em água salobra, mas cascudos que não toleram nem 1 grama de sal por litro. Existem ciclídeos como tilápias e o oscar que vivem muito bem em altas salinidades, mas outros como o acará severo que não vão bem em salinidades acima de 1 grama por litro. O aquarista deve buscar conheecr a tolerância de sal dos seus peixes para alcançar um ótimo resultado.
Os sais mistos compostos de vários minerais são muito melhores que o simples sal de cozinha ou churrasco e isso é bastante entendido pela comunidade dos ciclídeos africanos que já possuem produtos específicos no mercado há muitos anos. Caso o aquarista queira um resultado ainda melhor, deve buscar esse tipo de produto.
Como já foi dito, peixes da mesma espécie podem ter tolerâncias diferentes à salinidade, então o aquarista deve testar gradualmente até o limite dos seus peixes a adaptação.
Quanto menor for o acréscimo de sal na água, melhor a adaptação. Na presença de sinais negativos deve-se fazer imediatamente uma troca parcial como dissemos no texto para reduzir a salinidade do aquário.
Referências bibliográficas
[1] Wang, Ji-Qiao, et al. "Influence of salinity on food consumption, growth and energy conversion efficiency of common carp (Cyprinus carpio) fingerlings." Aquaculture148.2-3 (1997): 115-124.
[2] Küçük, Semra. "The effects of salinity on growth of goldfish, Carassius auratus and crucian carp, Carassius carassius." African Journal of Biotechnology 12.16 (2013).
[3] Holtzman, Seymour, and Martin P. Schreibman. "The effect of altering the ambient salinity of the freshwater teleost Xiphophorus maculatus on the histophysiology of its prolactin cells: III. Initiation of synthetic activity after exposure to one-third sea water for 6 months." General and comparative endocrinology 30.2 (1976): 234-237.
[4] ZUANON, Jener Alexandre Sampaio et al. Tolerância aguda e crônica de adultos de beta, Betta splendens, à salinidade da água. R. Bras. Zootec. [online]. 2009, vol.38, n.11 [cited 2018-03-09], pp.2106-2110.
[5] EIRAS, Bruno José Corecha Fernandes. Efeito da salinidade e da frequência alimentar durante a larvicultura dos ornamentais amazônicos acará bandeira Pterophyllum scalare (SCHULTZE, 1823) e acará severo Heros severus (HECKEL, 1840). 2016. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal.
[6] Ng, N-K., and A. D. Munro. "Experimental effects of salinity on gonad growth and maintenance in small tropical freshwater ostariophysans." Aquarium Sciences and Conservation 1.3 (1997): 139-158.
[7] Uliano, E., et al. "Effects of acute changes in salinity and temperature on routine metabolism and nitrogen excretion in gambusia (Gambusia affinis) and zebrafish (Danio rerio)." Comparative Biochemistry and Physiology Part A: Molecular & Integrative Physiology 157.3 (2010): 283-290.
[8] https://www.vin.com/apputil/content/defaultadv1.aspx?id=3974764&pid=11257
[9] Mol, Jan H. "Effects of salinity on distribution, growth and survival of three neotropical armoured catfishes (Siluriformes—Callichthyidae)." Journal of Fish Biology 45.5 (1994): 763-776.
[10] Kumar, A. Biju, et al. "Salinity tolerance of non-native suckermouth armoured catfish (Loricariidae: Pterygoplichthys sp.) from Kerala, India." Management of Biological Invasions9.1 (2018): 49-57.
[11] Tam, Wai L., et al. "The osmotic response of the Asian freshwater stingray (Himantura signifer) to increased salinity: a comparison with marine (Taeniura lymma) and Amazonian freshwater (Potamotrygon motoro) stingrays." Journal of experimental biology 206.17 (2003): 2931-2940.
[12] Tribute to R. G. Boutilier: The effect of size on the physiological and behavioural responses of oscar, Astronotus ocellatus, to hypoxia. Katherine A. Sloman, Chris M. Wood, Graham R. Scott, Sylvia Wood, Makiko Kajimura, Ora E. Johannsson, Vera M. F. Almeida-Val, Adalberto L. Val. Journal of Experimental Biology 2006 209: 1197-1205; doi: 10.1242/jeb.02090
[13] Graaf, M. de, and T. Coutts. "Invasive potential of a South-American fish species, Geophagus brasiliensis, in the Swan River, Western Australia: based on tolerance to instantaneous and gradual changes in salinity." Journal of the Royal Society of Western Australia 93.3 (2010): 147-151.
[14] Martinez-Palacios, C. A., L. G. Ross, and M. Rosado-Vallado. "The effects of salinity on the survival and growth of juvenile Cichlasoma urophthalmus." Aquaculture 91.1-2 (1990): 65-75.
[15] Martinez‐Palacios, C. A., L. G. Ross, and V. H. Sanchez Licea. "The tolerance to salinity, respiratory characteristics and potential for aquaculture of the Central American cichlid, Cichlasoma synspilum (Hubbs, 1935)." Aquaculture Research27.4 (1996): 215-220.
[16] ZUANON, Jener Alexandre Sampaio, et al. "TOLERÂNCIA SUBCRÔNICA DE JUVENIS DE COLISAS (Trichogaster labiosa e Trichogaster lalius) À SALINIDADE DA ÁGUA." Revista Brasileira de Engenharia de Pesca 8.1 (2016): 26-33.
[17] BEUX, Luis Fernando and ZANIBONI FILHO, Evoy. Survival and the growth of pintado (Pseudoplatystoma corruscans) post-larvae on different salinities. Braz. arch. biol. technol. [online]. 2007, vol.50, n.5 [cited 2018-03-09], pp.821-829
[18] Noga, Edward J. Fish disease: diagnosis and treatment. John Wiley & Sons, 2011.
Já li bastante sobre a utilização de sal em lagos. Sua abordagem foi a mais didática, objetiva e pratica permitindo ser entendida por diferentes níveis de conhecimento. Parabéns